História da Igreja Católica
- letiticalimade
- 9 de dez. de 2023
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Atualizado: há 20 horas

A palavra: "Católica" significa: "Universal", ou seja, a Igreja estar em todos os lugares.
Introdução:
A Igreja Católica foi fundada por Jesus Cristo, onde uma citação está presente na Sagrada Escritura: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja." (Mt: 16, 18). E continua dizendo: "Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos Céus". (Mt: 16, 18-19). Por isso, Pedro foi o primeiro Papa. Como diz o Magistério da Igreja, afirmando que Jesus fundou a Igreja: "Para que pudéssemos cumprir o dever da abraçar a verdadeira Fé e nela perseverar constantemente, Deus instituiu, por meio de seu Filho Unigênito, a Igreja".
Capítulo I: Idade Antiga
Jesus ensinou as multidões, e os Apóstolos continuaram essa missão. A Igreja Primitiva, abrangendo do período após a morte de Cristo até aproximadamente 325 d.C., foi uma época de formação e expansão crucial para o Cristianismo. Após a morte e ressurreição de Jesus, os apóstolos começaram a pregar e formar comunidades em Jerusalém. Depois de Pentecostes, com o discurso de Pedro, cerca de 3.000 pessoas se converteram. Isso marcou o início das primeiras comunidades cristãs, compostas inicialmente por judeus e, por isso, marcadas por muitos de seus costumes. A disseminação do cristianismo foi significativamente impulsionada pela pregação de figuras como Pedro, que batizou o primeiro gentio, Cornélio, e pela formação de comunidades em locais como Antioquia e Alexandria. Além disso, a mensagem de Jesus começou a se espalhar para fora de Jerusalém, graças ao trabalho dos apóstolos, como Paulo de Tarso. Assiste-se, portanto, a um progressivo aumento dos seguidores de Cristo, especialmente dentro do Império Romano: No início do século IV, eram aproximadamente 15% da população do Império, e estavam concentrados nas cidades e na parte oriental do Estado romano. A nova religião se difundiu, de todos os modos, também para além dessas fronteiras: Na Armênia, Arábia, Etiópia, Pérsia, Índia. O poder político romano viu no Cristianismo um perigo, pelo fato de que este último reclamava um âmbito de liberdade de consciência das pessoas em relação à autoridade estatal; os seguidores de Cristo tiveram que suportar numerosas perseguições, que conduziram muitos ao martírio. No ano 313, o imperador Constantino I, favorável à nova religião, concedeu aos cristãos a liberdade de professar sua Fé, e iniciou uma política bastante benévola em relação a eles. Com o imperador Teodósio I (379-395), o Cristianismo se converteu em religião oficial do Império Romano. No final do séc. IV, os Cristãos eram já a maioria da população do Império Romano. No século IV, a Igreja teve que enfrentar uma forte crise interna: A questão ariana. Ario, presbítero de Alexandria, no Egito, sustentava teorias heréticas, pelas quais negava a divindade do Filho, dizendo que, Cristo seria somente Homem e não Deus; e a divindade do Espírito Santo também era negada pelos arianos. A crise doutrinal, intercalada pelas frequentes intervenções políticas dos imperadores, perturbou a Igreja por mais de 60 anos; foi resolvida graças aos dois primeiros Concílios Ecumênicos: O primeiro de Niceia (325) e o primeiro de Constantinopla (381), nos quais se condenou o arianismo e foi proclamada solenemente a divindade do Filho e do Espírito Santo, e foi composto o Símbolo Niceno-Constantinopolitano (O Credo). Além dessa heresia, várias outras surgiram, como por exemplo: O Nestorianismo, e o Monofisismo. Nos primeiros séculos da história do Cristianismo se assiste a um grande florescimento da literatura cristã, homilética, teológica e espiritual: São as obras dos Padres da Igreja, de grande importância na reconstrução da Tradição; os mais importantes foram Santo Irineu de Lyon, Santo Ambrósio de Milão, São Jerônimo e Santo Agostinho, no Ocidente; São Basílio, São Gregório Nazianzeno, São Gregório de Nissa, São João Crisóstomo, São Cirilo de Alexandria e São Cirilo de Jerusalém, no Oriente.
Capítulo II: Idade Média
A Idade Média, um período que se estende aproximadamente do século V ao século XV, foi profundamente marcada pela influência da Cristandade. A sociedade medieval estava intrinsecamente ligada à Igreja Católica, que desempenhava um papel central na vida cotidiana das pessoas. A Igreja era não apenas uma instituição religiosa, mas também uma autoridade moral, política e cultural. Governantes buscavam legitimidade por meio de sua relação com a Igreja, e o clero exercia influência sobre questões sociais e políticas.
As catedrais góticas surgiram como manifestações arquitetônicas da fé cristã, representando a glória de Deus e o esforço humano para alcançar o divino. Elas também serviam como centros de educação e cultura, abrigando escolas e bibliotecas. As universidades medievais, como as de Paris, Oxford e Bolonha, surgiram sob a égide da Igreja, tornando-se centros de aprendizado teológico e filosófico. A escolástica, uma corrente intelectual que buscava conciliar a fé cristã com o pensamento clássico e a razão, desempenhou um papel crucial no desenvolvimento do pensamento acadêmico e teológico durante a Idade Média.
Esse período começou no ano de 476, com a queda do Império Romano do Ocidente, que foi invadido por uma série de povos germânicos, alguns arianos, outros pagãos. O trabalho da Igreja nos séculos sucessivos foi o de evangelizar e contribuir para a civilização destes povos, e mais tarde o mesmo em relação aos povos eslavos, escandinavos e magiares. No século VI, nasceu o monaquismo beneditino, que garantiu, ao redor dos Mosteiros, ilhas de paz, tranquilidade, cultura e prosperidade. No século VII, foi de grande importância a ação missionária, em todo o continente, dos monges irlandeses e escoceses; no século VIII, a dos beneditinos ingleses. Neste último século, terminou a etapa da Patrística, com os últimos Padres da Igreja, São João Damasceno, no Oriente, São Beda, o Venerável, no Ocidente. No século VII-VIII, nasceu a religião islâmica na Arábia; após a morte de Maomé, os árabes se lançaram a uma série de guerras de conquista que os levaram a constituir um vastíssimo império: entre outros, subjugaram os povos cristãos da África do Norte e da Península Ibérica e separaram o mundo bizantino do latino –germânico. A Igreja precisou convocar as Cruzadas para reconquistar as terras santas dominadas pelos muçulmanos. Na noite de Natal do ano 800, foi restaurado o Império do Ocidente (Sacro Império Romano): O Papa coroou Carlos Magno na Basílica de São Pedro; nasceu assim um estado Católico. No ano de 1054, o patriarca de Constantinopla, Miguel Cerulário, efetuou a separação definitiva dos gregos da Igreja Católica (Cisma do Oriente): Foi o último episódio de uma história de rupturas e disputas iniciada já no século V. Isso ocorreu, porque surgiram várias heresias no Oriente, e pela queda do Império Romano. Nos séculos XIII e XIV se assiste o apogeu da civilização medieval, com grandes realizações teológicas e filosóficas (A escolástica maior: Santo Alberto Magno, São Tomás de Aquino, São Boaventura, o Beato Duns Scoto), literárias e artísticas.
Capítulo III: Idade Moderna e Contemporânea
A Idade Moderna tem início com a chegada de Cristóvão Colombo à América, evento que, com as explorações na África e na Ásia, deu início à colonização europeia de outras partes do mundo. A Igreja aproveitou este acontecimento histórico para difundir o Evangelho nos continentes fora da Europa: Assiste-se, assim, ao surgimento de missões no Canadá e Luisiana, colônias francesas, na América espanhola, no Brasil português, no reino do Congo, na Índia, Indochina, China, Japão, Filipinas. Entretanto, ao mesmo tempo que o Catolicismo se expandia em direção a áreas geográficas onde o Evangelho nunca havia sido pregado, a Igreja sofria uma grave crise no velho continente: A “reforma" religiosa propugnada por Martinho Lutero, Ulrico Zwinglio, João Calvino (Fundadores das diferentes denominações do protestantismo), com o cisma provocado pelo rei da Inglaterra Henrique VIII (Anglicanismo), levou à separação da Igreja de extensas regiões: Escandinávia, Estônia e Letônia, boa parte de Alemanha, Holanda, a metade da Suíça, Escócia, Inglaterra, além dos respectivos territórios coloniais, já possuídos ou conquistados posteriormente (Canadá, Estados Unidos, Antilhas, África do Sul, Austrália, Nova Zelândia). A Igreja Católica, ainda que assolada pela crise e pela defecção de tantos povos, em poucos decênios, soube encontrar energias insuspeitadas para reagir e começar a realizar uma verdadeira reforma: este processo histórico recebeu o nome de Contrarreforma, cujo cume foi o Concílio de Trento (1545-1563), no qual se proclamaram com clareza algumas verdades dogmáticas postas em dúvida pelos protestantes. A Revolução Francesa, que se iniciou com a decisiva colaboração do baixo Clero, derivou rapidamente para atitudes de extremo galicanismo, chegando a produzir o cisma da Igreja Constitucional, e, em seguida, assumindo tons anticristãos (Instauração do culto ao Ente Supremo, abolição do calendário cristão, etc.), até chegar a uma cruenta perseguição à Igreja (1791-1801): O Papa Pio VI morreu em 1799, prisioneiro dos revolucionários franceses. Com a restauração das monarquias pré-revolucionárias (1815), voltou para a Igreja um período de paz e tranquilidade. No século XX, a Igreja enfrentou numerosos desafios: Pio X teve que reprimir as tendências teológicas modernistas dentro do próprio corpo eclesiástico. Estas correntes se caracterizavam, em suas manifestações mais radicais, por um imanentismo religioso que, ainda que mantendo as formulações tradicionais da Fé, na verdade, a esvaziava de conteúdo. Bento XV teve que enfrentar a tempestade da Primeira Guerra Mundial, logrando manter uma política imparcial entre os países beligerantes, e desenvolvendo uma atividade humanitária em favor dos prisioneiros de guerra e da população afetada pela catástrofe bélica. João XXIII convocou o Concílio Vaticano II (1962-1965), que foi concluído por Paulo VI, e que iniciou uma época pastoral diferente na Igreja, enfatizando a chamada universal à Santidade, a importância do esforço ecumênico, os aspectos positivos da modernidade, a ampliação do diálogo com outras religiões e com a cultura. Nos anos sucessivos ao Concílio, a Igreja sofreu uma profunda crise interna de caráter doutrinal e disciplinar, que conseguiu superar, em boa medida, durante seu pontificado, o Papa João Paulo II (1978-2005), Papa de extraordinária personalidade, que fez a Santa Sé atingir níveis de popularidade e prestígio antes desconhecidos, dentro e fora da Igreja Católica. A Igreja Católica passou e ainda passa por várias crises, mas, com a iluminação do Espírito Santo, com ajuda de Deus e pela intercessão de Nossa Senhora e dos Santos, a Igreja permanece firme e forte.
Viva a Igreja Católica!
FONTES:
https://opusdei.org
https://bibliotecacatolica.com.br
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